terça-feira, outubro 17, 2006

Infelicidade na ida a Glasgow

Champions: Celtic 3-0 Benfica
Na Luz tudo vai mudar

A 3ª jornada da Liga dos Campeões não correu bem ao Benfica. Apesar de ter rematado mais que o Celtic, o nosso Clube saiu de Glasgow com uma pesada derrota por 3-0. Os próximos dois jogos que se realizarão na Luz decidirão muita coisa e o Benfica terá de vencer estes mesmos escoceses e o Copenhaga se quiser partir para a última jornada, que se realiza em Old Trafford, com fortes ambições de seguir em frente na Liga dos Campeões.

Católicos e com muita fé
Foi um Celtic temível aquele que se apresentou nos primeiros minutos de jogo no seu terreno. Perante 60 mil fiéis que deram ao Celtic Park um ambiente realmente único, os católicos tudo fizeram para que, no final dos primeiros 15 minutos, já estivessem à frente do marcador. Pressionando à saída do último reduto benfiquista e construindo jogo através de processos simples, os escoceses tinham em Nakamura, Zurawski e Miller autênticos guerreiros celtas, colocando à prova, ora pelo ar, ora por terra, a atenção de Luisão e companhia.

Os britânicos criaram vários lances de perigo junto à área do Benfica, sendo o melhor exemplo disso ocorrido aos 4’, quando Quim teve de se aplicar para evitar males maiores. No entanto, quase sem se dar por isso, a equipa orientada por Fernando Santos começou a seguir a estratégia definida pelo técnico, pegando no jogo, sempre junto à esplêndida relva do Celtic Park e, valendo-se da técnica de Nuno Assis e de Simão para levar o esférico junto à dupla Nuno Gomes/Miccoli.

Ordem para rematar
Assim, a fase final da primeira parte mostrou um Benfica dominador e bastante prático na forma como criava espaços nas zonas laterais e centrais do seu ataque, colocando a nu algumas insuficiências da equipa escocesa. O Celtic limitou-se, nessa fase, a defender e a executar os lançamentos que tanto evitara nos minutos iniciais. De forma inteligente, o Benfica envolveu por completo os católicos e nunca pensou duas vezes na hora de rematar.

De facto, Fernando Santos terá dado ordem para que os seus pupilos usassem e abusassem do remate, pelo que Miccoli, Katsouranis, Petit, Nuno Assis e Léo assim o fizeram, embora tenham levantado em demasia a bola. No entanto, as duas grandes oportunidades de golo dos primeiros 45 minutos surgiram em lances diversos, já que no primeiro, aos 31’, Petit fez um lançamento de 60 metros que isolou Miccoli, mas faltaram ao italiano decisivos centímetros para que chegasse primeiro à bola que Boruc. Depois, aos 40’, Léo centrou ao milímetro para a cabeça de Katsouranis, mas este atirou um pouco por cima.

Eu remato... tu marcas
O início da segunda parte parecia indiciar a confirmação da superioridade do Benfica. Quando, aos 48’, Simão atirou a rasar o poste direito da baliza de Boruc na transformação de um perigoso livre directo, muitos pensaram que estava dado o mote para uma noite europeia daquelas a que o Benfica nos habituou ao longo dos anos. No entanto, a orientação do jogo voltou aos minutos iniciais, mostrando o Celtic os dotes que tinham colocado maiores dificuldades aos defesas “encarnados”: futebol rápido, trocas de bola certeiras e centros perigosos.

Foi mesmo num desses centros que os escoceses fizeram o primeiro golo – que, diga-se, apesar de tudo não mereceram – por intermédio de Miller, emendando um centro de Naylor que Nakamura desviara. Apesar de ainda faltarem mais de 30 minutos para o final da partida, o Benfica lançou-se no ataque e dois minutos depois Nuno Assis encheu o pé e acertou na barra. Tratou-se do momento decisivo da partida, pois pouco depois, num puro lance de contra-ataque, Miller bisou, após assistência de Maloney.

O Benfica rematava vezes sem conta (foram mais de 15 ao longo de todo o jogo), mas a bola persistia em não atingir o objectivo pretendido, enquanto que o Celtic, sem quase rematar, marcava, e logo por duas vezes. Fernando Santos mudou o esquema, passando a apostar num 4-2-4, no qual Nélson encaixava na direita do ataque (sendo Katsouranis o sacrificado) e Kikin substituía Nuno Gomes. Mas foi na esquerda, por Simão, que o Benfica mais ameaçou os escoceses. O capitão serviu, em três ocasiões, os pontas-de-lança, mas em nenhum desses momentos as jogadas tiveram a melhor conclusão. Ainda assim, aos 82’, o capitão do Benfica encontrou Léo numa diagonal para o centro e o brasileiro, com o seu pé direito, estoirou para um lance que esteve a centímetros de dar golo. Enquanto que o Benfica ameaçava reduzir, acabou por ser o Celtic a ampliar a vantagem, numa boa jogada de ataque concluída por Pearson, na recarga a um remate de Nakamura.

O Benfica saiu do Celtic Park com uma pesada derrota, embora tenha rematado mais vezes que o seu adversário e tenha, em larguíssimos períodos do jogo, detido a posse da bola. O futebol é assim - por vezes existem vitórias felizes e o Benfica foi hoje vítima disso mesmo. Mas ainda a fase de grupos da Liga dos Campeões vai a meio e o Benfica, apesar de estar distante do Manchester United e do Celtic na tabela classificativa do Grupo F, tem ainda hipóteses de apuramento, devendo para isso começar por vencer os próximos dois encontros que tem de realizar na Luz. E como será fundamental o apoio dos benfiquistas nos próximos 180 minutos de pura emoção...

Ficha de Jogo:
Celtic 3-0 Benfica
(Miller 55', 66', Pearson 89')
CELTIC: Boruc; Telfer, Caldwell, McManus, Naylor; Lennon, Sno, Nakamura; Maloney, Zurawski e Miller
BENFICA: Quim; Alcides, Luisão, Ricardo Rocha, Léo; Petit, Katsouranis, Nuno Assis, Simão; Nuno Gomes, Miccoli. Estádio Celtic Park, Glasgow

Árbitro: Eric Braamhaar (Holanda). Assistentes: Arie Brink; Wijnand Rutjers

2 comentários:

Anónimo disse...

assisti pela Sport TV 2 à segunda parte do Celtic, 3-Benfica, 0. À mesma hora, jogava-se nas Antas o FC Porto, 4-Hamburgo, 1, que estava a ser transmitido pela RTP1. Por que é que a Sport TV não ia dando informações sobre o desenrolar do jogo do FC Porto? Por que é que aquele Celtic-Benfica parecia o único jogo europeu a ser disputado àquela hora por equipas portuguesas? Por que é que não fazem um acordo entre televisões que permita ao telespectador de um canal assistir aos golos do outro jogo sempre que eles ocorram, como acontece, por exemplo, no Brasil? Será que a concorrência é assim tão desenfreada? Será que, a pretexto dos exclusivos das transmissões, já não podemos ser informados como deveríamos? E com "sites" como o www.youtube.com ainda há lugar para exclusivos?...

Adtreak disse...

Enfim!
Tenho que te dar razão caro amigo!
mas infelizmente parece que os responsáveis não se dão conta disso!
desde j´muito obrigado pela tua visita e excelente participação!